sábado, 19 de novembro de 2011

Tintas alquídicas

Joana, antes do mais, obrigado pela sua pergunta. Existem à venda 3 tipos de tintas a óleo - que eu conheça - para pintura artística: as tradicionais tintas a óleo propriamente ditas e que toda a gente conhece; as tintas a óleo à base de água (que se diluem com água); e, as tintas alquídicas (ou alcídicas), cujo aglutinante é uma resina à base de álcool e ácido, donde deriva o seu nome (álcool + ácido = alcídicas, ou alquídicas).
Todas estas tintas podem ser misturadas entre si, desde que não se use água, ou seja, as tintas à base de água, neste caso, devem ser usadas directamente do tubo sem se acrescentar água nenhuma. O médio a usar nestas misturas deverá ser o tradicional óleo de sementes de linho.
Para pintar somente com tintas alquídicas, aconselho o uso de pincéis de pêlo resistente (pincéis de cerdas duras) pois o ácido que elas contêm pode corroer o pelo mais macio de alguns pincéis se não se tiver o cuidado de lavar imediatamente os pincéis que se usarem.
As tintas alquídicas secam completamente em cerca de 6 horas; por isso são óptimas para os primeiros estádios de uma pintura. Depois, pode pintar-se por cima delas com tintas a óleo tradicionais (de secagem mais lenta), mas nunca com tintas de óleo à base de água.
As tintas alquídicas também têm uma nítida tendência para amarelarem com o tempo, e dão à pintura um aspecto final acetinado. Quando pintar um quadro somente com estas tintas, sugiro que o faça pelo método tradiciopnal (camada após camada), dado que as tintas alquídicas possuem todas (na minha opinião) um grau maior ou menor de tranparência.
Espero ter ajudado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Acrílico e Óleo

Já várias vezes me fizeram esta pergunta a que agora dou publicamente resposta: Não, as tintas acrílicas e as tintas a óleo não são miscíveis; nem tão pouco as tintas a óleo à base de água (H2Oil).
NUNCA se devem usar simultaneamente o óleo e o acrílico no mesmo quadro.
Também NUNCA e deve pintar a acrílico sobre algo já pintado a óleo. Quadro começado com tintas de óleo só pode ser acabado com tintas de óleo.
O que se pode fazer é o seguinte: acabar com tintas a óleo um quadro previamente pintado com tintas acrílicas e já bem seco. O acrílico aceita quase tudo (óleo, pastel, carvão, aguarela, colagens...) mas só depois de bem seco.
Um quadro a óleo também pode ser esboçado a carvão se se tiver o cuidado de - antes de se aplicarem as tintas a óleo - sacudir muito bem o excesso de carvão e fixá-lo com uma fina camada de verniz de retoque; mas para quê usar carvão para o esboço quando se pode fazer o mesmo (e com vantagem) com uma tinta a óleo (uma cor de terra bem diluída com essência de terebintina ou de petróleo)?
Espero ter ajudado. Perguntem, que, se eu souber, respondo.

domingo, 30 de outubro de 2011

A história de um retrato



Uma das minhas alunas, a Sra D. Rosa D. quis aproveitar uma tela já pintada, para sobre ela pintar outra coisa. Ao explicar-lhe o que devia fazer e como o faria, acabei por lhe pintar o retrato numa das minhas aulas. Primeiro, a tela foi o melhor possível toda raspada de quaisquer acumulações de tinta já seca. Depois, com tinta fresca e encorpada e aproveitando alguma coisa do fundo (do que já estava pintado antes) e ela posando no meu atelier, eis o resultado.

Obrigado, Rosa, há muito que não pintava um retrato com modelo vivo.

Contador de visitas reposto

Obrigado, Isa. Com a sua ajuda, não só consegui repor o contador de visitas como também contar todas as visitas feitas durante a ausência do contador. Muito obrigado.

Demo



Esboço 1

Com uma cor de terra (ocre, siena ou sombra) bem diluída, traçam-se os contornos da figura. E ficam assim determinados o lugar e o tamanho de todo o "objecto" que vamos pintar. Neste esboço, atenção também às linhas de força que o quadro vai evidenciar depois de acabado.

Demo



Esboço 2

Depois, marcam-se, dentro dos contornos da figura, o mais exactamente possível, os lugares dos diversos elementos da face. Aqui, convém medir muito bem as proporções entre cada elemento da face do retratado, ou seja, as distâncias relativas entre cada detalhe e os outros da face do retratado; assim se conseguem a parecença.

Demo




Aqui, já se aplica a cor propriamente dita. Uma das regras da pintura alla prima, para quem é dextro, é pintar de cima para baixo e da esquerda para a direita, começando sempre pelo elemento mais importante que estiver mais à esquerda na tela (neste caso o olho direito da retratada). Depois passa-se para os outros elementos, pintando-os sempre em função do que já se pintou, corrigindo o esboço sempre que necessário.
Nota: Começa-se da esquerda para a direita para que a mão que segura o pincel não tape o que já foi pintado; obviamente, para um pintor canhoto, a regra é da direita para a esquerda. De cima para baixo, porque é sempre mais fácil meter um nariz onde já haja um par de uns olhos, ou uma boca debaixo de um nariz já pintado, e assim sucessivamente.

Demo




Fase 2



Depois, o olho à direita. A seguir, o resto da face.

O importante aqui é pintar sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo de modo que (para quem for dextro) a mão que segura o pincel não tape o que ja foi feito antes; deste modo todos os elementos da face são pintados sequencialmente, cada um em função do anterior. (Obviamente, um pintor que seja canhoto começará por pintar os detalhes à direita na tela.)

Demo



Óleo s/ painel de MDF tratado com gesso acrílico, 20x15 cm


Fim

domingo, 2 de outubro de 2011

"Quixote e Sancho"



Acrílico s/ tela


Alguns dos meus alunos fizeram uma pausa nos retratos, naturezas-mortas e paisagens e convenceram-me a ensinar-lhes pintura abstracta. Na minha opinião, pintura abstracta não se ensina; por isso, o que fiz foi explicar-lhes "quando" e "porque" um quadro se pode dizer abstracto e o papel que a mancha, a forma e a linha desmpenham nesse tipo de pintura.

Pintado por uma das minhas alunas (Rosa), esta experiência de "abstracto impressionista" resultou.

sábado, 1 de outubro de 2011

"Schrödinger's Cat"




Ólleo s/ painel de MDF




O título deste quadro, "Schrödinger's Cat" - o Gato de Schrödinger - refere-se à experiência imaginária do físico austríaco Erwin Schrödinger: em mecânica quântica, um gato (ou qualquer outro objecto) ou uma partícula atómica pode, simultaneamente, "estar" ou "não estar", "ser" ou "não ser", dependendo do observador.


Outro título que também imaginei para esta minha experiência em pintura abstracta é "O Gato Risonho", que ora aparecia , ora desaparecia, à Alice no País das Maravilhas.


Aos que conseguirem ver o gato no quadro. garanto-vos que ele apareceu lá por si só, sem a menor intenção da minha parte em pintar um gato.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O contador do Nº. de Vistas... desapareceu!!!

A indicação do Nº de visitas deixou de aparecer nesta minha página, e eu não sei por quê. Alguém me pode ajudar a restaurar esta informação? Terá desaparecido porque atingi as 99 999 visitas, que poderá ser o nº máximo que este contador aceita? Acho que ainda não as tinha atingido: tinha alguns milhares de visitas, mas creio que ainda estava muito longe das 99 mil. Como posso instalar um novo contador, ou recuperar o antigo?

O Rossio à Praça do Comércio

Óleo s/ tela colada em painel de MDF, 7,5x10 cm

Adoro pintar estas miniatura de cenas de Lisboa. Em restos de tela e de painel de MDF. Pintadas em menos de vinte minutos.

As fases de um retrato (fase 1)





Um rápido esboço com uma cor de terra (terra-de-sombra-queimada), mais para enquadrar a imagem na tela do que para desenhar o sujeito do retrato. Aqui, atenção às "linhas de força".

As fases de um retrato (fase 2)


Depois de decidido onde e como toda a imagem vai ocupar a tela, marcam-se os lugares onde vão ficar os olhos, o nariz e a boca. Esta marcação é feita de acordo com as proporções do rosto do retratado.

As fases de um retrato (fase 3)




Colocação das cores. Bastam tons aproximados; o que é importante é dar atenção temperatura das cores. Em toda a face humana, a zona da testa é o domínio dos tons neutros, os tons quentes estão na zona do nariz e bochechas e nos nos lábios, os frios na zona do queixo e à volta dos lábios.

As fases de um retrato (conclusão)




Óleo s/ painel de MDF, 14x19 cm.




Um acerto aqui, outro ali. Vai-se puxando a tinta para onde ela é necessária. Acrescenta-se mais tinta. Definem-se os traços do retratado. Acaba-se o fundo. Tratam-se as luzes e as sombras. Põe-se a assinatura e... já está!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O meu atelier



Jarro com flores




Óleo sobre painel de MDF, 50x40

Estudo de Pino




Carvão e giz branco sobre painel de MDF cru, 60x50 cm.


(Vendido)

domingo, 15 de maio de 2011

Demo numa das minhas aulas



Óleo s/ painel de MDF tratado com gesso acrílico, 25x20 cm

sábado, 16 de abril de 2011

Esboços para um retrato (1 e 2)







Esboço para um retrato


quinta-feira, 24 de março de 2011

Um pequeno òleo


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Outra miniatura "alla prima"

Óleo s/ tela, 78x78 cm.
Aqui vão as respostas às vossas muitas perguntas:
1. - Sim, o tipo de pincelada é, obviamente, importante: a maneira como o pincel toca a tela determina a quantidade e, também, a qualidade da tinta aplicada.
2. - Quando representarem na tela qualquer coisa ou objecto, tentem fazê-lo com o menor número possível de pinceladas. E usem o maior pincel possível.
3. - O médium deve ser usado com parcimónia e sempre bem misturado com a tinta. Raramente é necessário misturar médium à tinta que sai do tubo.

Ah, este farol em Cascais



Óleo s/ painel de MDF, 12x15 cm.
Pois, esta cena de Cascais, sobejamente conhecida, há muito que andava a pedir-me que a pintasse. Aqui a têm. Os vossos comentários, por favor.
Prometo voltar a outros temas dos arredores de Lisboa.

Miniaturas "alla prima"


Óleo s/ tela, 78x78 mm.
Ai, estes dias de apenas 24 horas... não dão tempo para nada. Enfim, há que esticar cada hora e arranjar tempo para vir actualizar o blogue.